I
Nem tudo o que se escreve é para ser lido. Que mão dolorosa escreveu nos seus lábios essas frases absurdas e que eu já sei de cor? Queria uma noite líquida p’ra justificar este sofá, esta lâmpada fraca, e este tédio derramado sobre a folha de papel. E já que o desassossego anda tão em voga ultimamente, queria sua voz ao telefone só p’ra fortalecê-lo um pouco mais. Na tarde do Sábado que passou, as ruelas do Centro contorcendo-se em meu pensamento, nem amigos, nem amantes, só um nome. Um nome igual ao seu, igual a tantos outros, um nome que a chuva escorria nos vidros dos carros. E te chamarei de fogo, se fogo você continuar insistindo em ser, e te chamarei de saudade, se você conseguir apagar a sua presença gravada em água-forte pelos negativos do meu cérebro.
II
Nem tudo o que se escreve é bom o suficiente. Vejam a vida dos homens, por exemplo. É um livro que o Destino escreve e, p’ra nosso desespero, o Destino sempre foi um escritor de quinta categoria. Se for p’ra sofrer, soframos como no cinema! Que seja magnífica a dor, poético o drama, que tudo seja exibido em tela grande e que nossas lágrimas sejam aplaudidas no final! Ora, que ganhemos então o Oscar! Mas esse autor de merda que é o Destino só reforça nossa pequenez, nos faz parcos figurantes nesta atroz comédia universal. E é o único a gargalhar das próprias piadas sem graça...
III
Nem tudo o que se escreve deveria ser. Em respeito a isso, vou parar aqui então. Ia escrever o que não se deve.
Nem tudo o que se escreve é para ser lido. Que mão dolorosa escreveu nos seus lábios essas frases absurdas e que eu já sei de cor? Queria uma noite líquida p’ra justificar este sofá, esta lâmpada fraca, e este tédio derramado sobre a folha de papel. E já que o desassossego anda tão em voga ultimamente, queria sua voz ao telefone só p’ra fortalecê-lo um pouco mais. Na tarde do Sábado que passou, as ruelas do Centro contorcendo-se em meu pensamento, nem amigos, nem amantes, só um nome. Um nome igual ao seu, igual a tantos outros, um nome que a chuva escorria nos vidros dos carros. E te chamarei de fogo, se fogo você continuar insistindo em ser, e te chamarei de saudade, se você conseguir apagar a sua presença gravada em água-forte pelos negativos do meu cérebro.
II
Nem tudo o que se escreve é bom o suficiente. Vejam a vida dos homens, por exemplo. É um livro que o Destino escreve e, p’ra nosso desespero, o Destino sempre foi um escritor de quinta categoria. Se for p’ra sofrer, soframos como no cinema! Que seja magnífica a dor, poético o drama, que tudo seja exibido em tela grande e que nossas lágrimas sejam aplaudidas no final! Ora, que ganhemos então o Oscar! Mas esse autor de merda que é o Destino só reforça nossa pequenez, nos faz parcos figurantes nesta atroz comédia universal. E é o único a gargalhar das próprias piadas sem graça...
III
Nem tudo o que se escreve deveria ser. Em respeito a isso, vou parar aqui então. Ia escrever o que não se deve.
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