terça-feira, 1 de setembro de 2009

Bílis Negra


A chuva repentina sempre traz vicissitudes.
Quando o vento rodopia as folhas mortas
no seu balé louco e triste,
alguma coisa em mim também faz ciranda inquieta e silenciosa.
Meu caminhar pelas ruas é célere e invisível,
como se eu fosse um Hermes, um andarilho do vento.
Eu amo essas chuvas como se eu fosse o próprio deus da chuva,
e trago em mim tanto Outono,
que já não sei mais brotar flores e nem dar frutos...
Eu te carrego inteira aqui dentro,
muito mais inteira e completa que minha própria vida,
nessas simples e únicas horas de melancolia,
que no saldo final,
tem muito mais peso que dias e dias de alegria...

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