quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Até Você Se Pôr


Você descia a rua com aquele seu vestido leve,
gracioso,
ondulando na mesma brisa em que flanava seu perfume indestrutível,
caminhando sobre o sol dos paralelepípedos,
como se fosse um sol de outra natureza,
resoluta, sem olhar p’ra trás,
p’ra fazer pouco,
p’ra não notar,
meus dois olhos magros no portão.
Esqueci do tempo no vidrar dos seus cabelos,
alisando os ombros,
avançando sobre a linha da coluna,
num balançar que ora escondia, ora mostrava,
a palidez plástica das suas costas nuas.
Tranco o portão domando o impulso irresistível de trazê-la de volta aqui,
porque é hora de enfrentar o tédio do dia,
ébrio o tempo inteiro de tanto queimar o filme do meu pensamento,
repetindo infinitamente a cena de ver você se pôr no horizonte de paralelepípedos.

2 comentários:

Mariana Tiné disse...

Aiii aiii...
Parece que estamos num momento meio melancólico, heiiin???
A busca por um coração para pulsar com o nosso está dificil, heein???


Beijos meu poetaa

Karla Moreno disse...

Já tinha ouvido falar.. esses textos q colocou sao lindos demais! =DD

o sentimento é a alma da escrita né. se voc nao for uma pessoa sensivel e ao mesmo tempo forte, de corpo e alma, nao saberá traduzir perfeitamente e merecidamente aquilo que quer transmitir. palavras sao mágicas, e têm mais poder do q imaginamos!

obrigada pelo texto e pelo comentario!!
beijões :DD