quinta-feira, 5 de maio de 2011

Estudos de Caso


Para que houvesse arte também
foi preciso Keats tossir sangue até a morte.
Também foi preciso Villon escorregar
para fora da forca
e Mahler levar chifres de Mondrian.
Foi preciso Bukowski comer todas aquelas
putas velhas com bundas de garotinha
e Van Gogh meter uma navalha em Gauguin
e Verlaine uma bala em Rimbaud (tudo é amor).
Foi preciso o assassino Caravaggio cair na
porrada por todos os bares da Itália
e Kerouac se encher de benzedrina nas
horas de solidão.
Foi preciso que o maior amor de Baudelaire
(depois da mãe) fosse Paris e
uma prostituta mulata chamada Jeanne Duval.
E para Schopenhauer um poodle chamado Maya.
E para o grande visionário Blake o
Deus mau que ele via pela janela (neste caso
pode ser ódio também).

É preciso desassossego e fúria para
que haja a arte.

É preciso todas essas
paixões embebidas em fogo e água.

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