"Como se tudo que eu possuísse tivesse me deixado, e como se nada pudesse ser o bastante caso retornasse..." (Kafka)
domingo, 31 de julho de 2011
Teresópolis
Para F.M.
De manhã
diante da janela
escuto a solidão da árvores.
O canto da cigarra o assobiar dos
passarinhos me enchem de agonia
enquanto suponho que lá longe
bem longe
a cidade que estremece em
barulhos de motor e gritos
toca a única sinfonia que me acalma.
Sou um espécime (sub)urbano
e minha indiferença nesse jardim é
porque vejo menos o amor nestas orquídeas
- que você me mostra emocionada –
do que na fumaça de óleo diesel dos carros.
E eu sei
meu amor
que é aqui neste paraíso onde mora a sua alma
mas é na vertigem das ruas engarrafadas
que meu espírito busca o seu nome.
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Um comentário:
mas a carne busca outros sabores...
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