I
schwarz
damiel
fantasiado de anjo não
tenho nem de longe a
elegância de bruno
ganz naquele filme alemão
mas se tenho uma
trapezista no pensamento
o carnaval do rio vira
inverno em berlim?
II
mãe de
júpiter
os teus olhos desertavam o mercúrio e o neon encontra-los na
multidão foi achar a gema no leito do rio que corre e fazer da tua timidez a
matéria indestrutível do carbono de onde eu via teu sorriso adamantino girando
translúcido e cada face do cristal multiplicando teu rosto infinitamente nos espaços
estreitos da minha coragem e o brilho da lua refletindo nas serpentinas e
colorindo os teus dentes que se aproximavam do meu sorriso amarelado de
tetraciclina e num encontro que o bloco inteiro aplaudiu a refração da luz
alisando os teus vértices de diamante tornou aquele beijo numa multifacetada eternidade
que ainda ecoa alegre pelos cantos empoeirados dos lugares sem carnaval
III
olhos de
bruce lee
quem a veria
e a fixaria
além de mim com esse
sentido de nostalgia do
que não houve?
quem a veria
e a sentiria
além de mim e teria
saudades da chuva nas
ruas de tóquio e da
cor do alvorecer nas
praças cálidas de pequim?
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