quinta-feira, 29 de outubro de 2009

De Volta P'ra Casa


Através do vidro de chuva do ônibus,
na luz amarela de chuva no asfalto,
pelo olhar da chuva nos faróis,
eu voltei...

Com a cabeça pesada
tombada sobre um punho cerrado,
quis ir até o ponto final,
quis ir até o final...
queria porque queria, que aquela viagem
não acabasse prematura.

Através do vidro embaçado, eu embacei...
quis chorar no vazio do ônibus.
Sexta-feira,
noite fria,
chuva,
Gal Costa no MP3...
Quis chorar.

Subir a rua vazia e todo ensopado,
foi tão etéreo e tão bom,
foi quase como morrer.
Tão etéreo e tão bom:
uma rua escura e deserta,
a luz amarela nos paralelepípedos molhados,
e no ouvido a Gal cantando só p’ra mim:
- Eu te amo!

Quase como morrer...

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