sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Manhãs de Primavera


Nesta manhã imensa até onde
será que se estende todo esse azul?
O sol acoberta e reluz nas
coisas que passam e que ficam
(alguma coisa fica?).
Tudo traz um gosto de mar
tudo é uma estranha nostalgia de praia...

Penso que a esta hora um
antigo amor deve estar passando
a farda para ir ao quartel
e que um amigo deve estar sorrindo
aos primeiros clientes do banco
e só eu aqui lançando meu olhar
-que é tudo o que sou nesse momento-
através da vitrine em meio ao
movimento incessante da 7 de Setembro e
percebendo que as pessoas apartamentos e letreiros
nenhum deles é próprio da manhã.

Só o coração do poeta estranha a hora e
sabe que a sensação nada mais é
que uma ligeira saudade de
ser diferente de tudo que vê.
Uma pura vontade de voltar a
pertencer ao azul das manhãs como essa.

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