Sábado de manhãzinha
sentado no portão da minha casa
sem nada para fazer além
de mastigar o tédio e
sentir a brisa abafada que anuncia
um dia vazio.
Logo vai ser carnaval e o
verão se impõe e traz
todo o seu calor
todo o seu azul e amarelo que
acendem as coisas.
É manhãzinha e passei a noite
lendo uma antologia de poetas russos.
Poetas de nomes complicados
-que não guardei nenhum-
mas que eram tristes eles todos
(também pudera
com toda aquela neve
com toda aquela revolução)...
Eu sabia que àquela hora
o chão da Rio Branco estremecia com
o Cordão do Bola Preta
e que meus amigos no meio da massa
sorriam e pulavam
alegres e embriagados
enquanto eu me comprimia no vácuo
de um quarto sentindo na densidade
toda ausência
toda perda e vontade.
Mas agora
nessa manhã azulzinha de sábado
sentado no portão da minha casa
eu sorrio meio de lado e
sinto eletrificar cada pêlo do meu corpo
no anseio do carnaval que se aproxima...
mas é tudo só por um instante:
é uma sensação fugaz e que passa
como passam por mim essas brisas abafadas.
Tenho calor e a iminência do carnaval
(o total inverso da neve e da revolução)
mas sentado no portão da minha casa
correndo os olhos pelos paralelepípedos desertos
eu estou triste como um poeta russo.
sentado no portão da minha casa
sem nada para fazer além
de mastigar o tédio e
sentir a brisa abafada que anuncia
um dia vazio.
Logo vai ser carnaval e o
verão se impõe e traz
todo o seu calor
todo o seu azul e amarelo que
acendem as coisas.
É manhãzinha e passei a noite
lendo uma antologia de poetas russos.
Poetas de nomes complicados
-que não guardei nenhum-
mas que eram tristes eles todos
(também pudera
com toda aquela neve
com toda aquela revolução)...
Eu sabia que àquela hora
o chão da Rio Branco estremecia com
o Cordão do Bola Preta
e que meus amigos no meio da massa
sorriam e pulavam
alegres e embriagados
enquanto eu me comprimia no vácuo
de um quarto sentindo na densidade
toda ausência
toda perda e vontade.
Mas agora
nessa manhã azulzinha de sábado
sentado no portão da minha casa
eu sorrio meio de lado e
sinto eletrificar cada pêlo do meu corpo
no anseio do carnaval que se aproxima...
mas é tudo só por um instante:
é uma sensação fugaz e que passa
como passam por mim essas brisas abafadas.
Tenho calor e a iminência do carnaval
(o total inverso da neve e da revolução)
mas sentado no portão da minha casa
correndo os olhos pelos paralelepípedos desertos
eu estou triste como um poeta russo.
2 comentários:
"mastigar o tédio" Estou com essa frase batucando na minha cabeça.
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