tuas costas sobre os edredons
listrados rajados de neon e meia luz
tuas omoplatas cordilheiras onde
eu alpinista suicida dos teus abismos
grotas úmidas cânions rosados
a tua bunda na luz sim luz não das
persianas preguiçosas do meio da tarde
egípcia
serpente garça cisne
um foucault amarelado entre tuas
mãos
finas aracnideas que não
ousam desfazer as páginas mas
despedaçam meu corpo em frágeis
bordados sob a chuva espartana
magra&leve meu braço enlaça tua
anca como uma tira de veludo dando
a volta em um mastro de caravela perdida
sobre as fossas marianas enfurecidas e
ferido em sedas carmesim do teu vestido
cheio de panejamentos barrocos onde
sanguínea meus olhos entristecidos caídos
desencantados da beleza figidia entre
ébrios homens de ternos negros
no frio do meio de julho minha gripe
minha febre minha lebre saltando de olho
em olho sorrindo como se estivesse sob o sol
dançando alheia a mim e a vontade de
cama
onde tuas omoplatas vertebras nuca e bunda
onde eu e você atravessados cansados e
atrasados do giro inócuo da terra
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