te imagino bruxa, nua, branca. os
cabelos amarrados como os de
uma camponesa num fotograma de
pasolini. o teu rosto de perfil na
contraluz das janelas antigas,
estampado nas tapeçarias bucólicas
das antigas casas lusas a beira mar.
dentro da estufa enluarada as
folhas em prata, e o diabo sorrindo,
enquanto você me convida pro
teu corpo preso ao silêncio do
orvalho e do vidro, esse corpo de
um tempo distante:
odalisca de ingres no jardim botânico.
Um comentário:
Que bela poesia, querido!
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