Sonhei de você um sonho tão bom,
que quando acordei já sabia
que teria um dia de horas desfeitas.
Na reunião de toda minha vontade
desejei viver no engano, morrer no apolíneo do sonho,
tapear essa tragicidade humana que sempre encontrei
mais no amor do que na morte.
Alvoreci o desejo do seu corpo musculoso
pesando novamente sobre o meu,
e agüei ter percebido como éramos tão bonitos,
nós dois, um casal de dessemelhanças,
você nessa sua força e inconseqüência,
e eu com essa minha fragilidade de vidro,
te fazendo meu homem perfeito,
e me deixando ser a sua mulher submissa.
E foi quase um exercício filosófico
achar que tudo na vida me fez o que sou
apenas p’ra esperar pela sua chegada...
E que, no entanto, nada do que fizemos,
nenhuma daquelas nossas reminiscentes tardes,
soube me preparar p’ra sua partida...
Mas vou bebendo (e engasgando) enormes tragos de alívio,
enforcado nessa irracionalidade de olhos abertos que é a poesia.
Vou passando os dias como o velho solitário,
que na sua pequena e embolorada casa
não faz nada além de alimentar seus cães,
colocar as gaiolas da varanda sob o sol da manhã,
e chorar as fotos em preto e branco de alguém que já dorme,
mas que ele amparado pelo vinho,
ainda a vê olhando p’ra ele,
pelas frestas das portas e das janelas emperradas.
Sou esse velho que espera por um infinito sono,
do qual, como um Hamlet vencido,
ele não precise nunca mais despertar.
E será novo e derradeiro o sonho que criei p’ra mim:
quando vai dar na telha dessa sua oca cabecinha loira
a loucura de assumir a minha vida,
p’ra finalmente dividir os meus armários,
colocar mais um prato na minha mesa,
e com seu malicioso sorriso de moleque,
ter de volta o prazer que você vivia falando ter,
ao me ver, por sua causa,
atear fogo em todos os meus navios...
que quando acordei já sabia
que teria um dia de horas desfeitas.
Na reunião de toda minha vontade
desejei viver no engano, morrer no apolíneo do sonho,
tapear essa tragicidade humana que sempre encontrei
mais no amor do que na morte.
Alvoreci o desejo do seu corpo musculoso
pesando novamente sobre o meu,
e agüei ter percebido como éramos tão bonitos,
nós dois, um casal de dessemelhanças,
você nessa sua força e inconseqüência,
e eu com essa minha fragilidade de vidro,
te fazendo meu homem perfeito,
e me deixando ser a sua mulher submissa.
E foi quase um exercício filosófico
achar que tudo na vida me fez o que sou
apenas p’ra esperar pela sua chegada...
E que, no entanto, nada do que fizemos,
nenhuma daquelas nossas reminiscentes tardes,
soube me preparar p’ra sua partida...
Mas vou bebendo (e engasgando) enormes tragos de alívio,
enforcado nessa irracionalidade de olhos abertos que é a poesia.
Vou passando os dias como o velho solitário,
que na sua pequena e embolorada casa
não faz nada além de alimentar seus cães,
colocar as gaiolas da varanda sob o sol da manhã,
e chorar as fotos em preto e branco de alguém que já dorme,
mas que ele amparado pelo vinho,
ainda a vê olhando p’ra ele,
pelas frestas das portas e das janelas emperradas.
Sou esse velho que espera por um infinito sono,
do qual, como um Hamlet vencido,
ele não precise nunca mais despertar.
E será novo e derradeiro o sonho que criei p’ra mim:
quando vai dar na telha dessa sua oca cabecinha loira
a loucura de assumir a minha vida,
p’ra finalmente dividir os meus armários,
colocar mais um prato na minha mesa,
e com seu malicioso sorriso de moleque,
ter de volta o prazer que você vivia falando ter,
ao me ver, por sua causa,
atear fogo em todos os meus navios...
3 comentários:
Toda vez que leio os seus textos parece que estou lendo algo daqueles poetas românticos e trágicos que permeiam nossa mente quanto estamos aprendendo a sonhar e amar. Sabe Luis, você já é meu amigo de sonhos, de amores e de poesia. Mais um post lindo lindo.....
Não li não...
Vou procurar pra me aprofundar um pouco nele
Beeeeijo
Realmente...
Persistir no amor não é burrice, nós homens que não sabemos lidar com tamanho sentimento.
Beijos Mister Luis
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