Que lugar é esse?
Quem são todas essas pessoas?
Rostos fugazes que podem nem
existir nas incongruências das esquinas.
Encostado num poste esperando que
o mundo se acabe ou apenas
que alguém me sorria e diga
alguma palavra de afeto e que
isso possa ser uma salvação.
Enquanto isso
putas de vinteecincoreais passam
brincando e gritando querer dar o cu e
adolescentes bêbadas recendendo a
colônia querem na madrugada receber
todos os sacramentos entre as pernas.
Não temos família
nós os vadios
atrás de mais uma cerveja de
um pau de uma boceta para
adensar a angústia que nos fabrica
o absurdo da existência animal.
Encostado num poste
entre burgueses
estrangeiros desabrigados e ladrões
esperando que o Rio de Janeiro se
esfarele inteiro e com isso
tudo passe a cheirar um
pouco menos a abismo.
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