tê-la nua num
quarto de hotel cheio
de verão foi quase
um devaneio uma
nebulosidade de papoula
tê-la entre o sono e
a juventude dos lençóis
recém-lavados
- tigre rugindo de dentro
da noite da barra da tijuca –
e esquecer das neuroses e
incomunicabilidades que
caíam junto a chuva
ácida do redentor
conhece-la nua
rasgando os véus do tempo
revirando os olhos no
silêncio derramado das
taças brutas e destilando
incertezas entre as
fronteiras do colchão
para que
no final de tudo
eu amanheça vermelho
e só (mesmo com
ela ao meu lado)
na sonolenta lagoa da barra
e descobrir ainda que
não importa abismos
entre idades
nos jogos de guerra
um homem feito sempre
se saberá frágil e condenado
perto de meninas insatisfeitas
e ferozes como ela
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