escrevo esse poema
no banheiro
há plantas na janela:
o sol faz força pra entrar
no banheiro agora
é sempre fim de tarde
lá fora (do outro
lado do vidro atrás
das plantas) um motor
guincha e assovia: um
trator revira a terra
sem nenhum carinho
quando ele para
permanece o tic tac
do relógio da cozinha
em descompasso
com o pulsar das horas
súbitas
não há nenhum
sentimento aqui agora
nem amor nem nada
só essa sensação de
peixe em aquário
redondo achando
que o olho do gato
que o espreita é
uma lua bonita
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