segunda-feira, 9 de novembro de 2009

De Outro Tempo


Quando dei por mim estava
a minutos perdido no rosto do
motorista do ônibus.

Cada ruga em sua testa
seus olhos caídos lhe emprestavam
uma expressão triste.
Mas ele tinha uma cara antiga
uma morena feição clássica que
pensei por um momento que aquele
poderia ter sido o rosto do meu avô.

E me surgiu uma nostalgia estranha
ao contemplar aquele rosto...
imaginei aquele senhor de terno e chapéu
caminhando pelo Centro e a
cada passo que ele daria tudo
se acinzentaria
(porque acho que as fotografias nunca
foram em preto-e-branco
o mundo é que era)
por onde ele andasse a paisagem as
suas costas se reconfiguraria e de repente
todos nós estaríamos de volta ao
Rio de Janeiro da década de 30.

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