quarta-feira, 18 de novembro de 2009

O Poeta Não é Nada

As crises dos amantes e
seus términos de relacionamento
soam como o fim do mundo.
Mas o que são as mazelas da
paixão perto de quem na sarjeta
morre de fome?
O que é uma briga de namorados
perto de quem espera a morte se esvaindo
de dor num leito de hospital?

E os poetas?
Essa raça de vagabundos que
se acham melhores que os
outros só porque mentirosamente
dizem amar mais
fingem que vivem mais intenso...
Qual o quê!
O que é a poesia perto dos que
saciam os que tem fome?
Dos que se arriscam para
salvar uma vida?

Uma mãe que passa a noite em
claro pelo filho doente vai para além
da beleza e do esforço de qualquer
poesia
ela sim é maior!

O poeta não é nada.

Eu portanto não sou nada e nunca poderei
ser mais do que isso.
E esse é o meu quinhão.
E isso é o que me convém.
Só me resta passar pelo mundo como
passam todas as coisas
não querendo deixar nada mais que
um punhado de versos e os golpes da
saudade em alguns corações.

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