terça-feira, 15 de dezembro de 2009

O Desejo como Coisa-Em-Si do Mundo(Ou Poema Para um Filósofo Alemão do Século XIX)


Basta a aparição de uma beleza
assaltar o meu olho
que eu me torno inteiro olho.
E então o desejo se ergue imponente
e rufla as asas e
estufa o peito e se lança com a
velocidade de uma flecha sobre o alvo.
Mas a milímetros de tocar a pele da coisa
ele se detém!
E suavemente qual um lençol ele
se estende e acoberta lentamente
o objeto contemplado...

É um momento de solidão o
que se revela
pois eu sou só com tudo o que vejo...
E é no silêncio do instante que eu percebo que
apenas existimos na coisa que desejamos.

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