segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

olha galega é que a primeira vez que me apresentaram ao seu sorriso eu mal podia imaginar que você viria a ser a minha fermina daza, a minha lou salomé com chicotinho, a minha elektra natchios com adagas sai, a minha intocada delgadina, a minha indistinta jeanne duval, os ossos da minha beatriz viterbo, a minha shabart gula na fotografia. e só posso lembrar e achar lindo, lindo e triste, de quando eu te perguntava porque você sempre dava pra trás na hora agá, e aí você ria aquele riso que era só seu, aquele abrir de lábios e mostrar de dentes que era uma arte, artifício, artimanha, que só você sabia fazer e que só servia pra anunciar a sua confissão triunfante: de que o maior prazer na sua vida era me provocar.
Para Arnaldo Antunes

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