
Ela compra um sorvete na
noite fria de agosto.
Seus dedos
- longos e finos
como uma aranha albina -
despejam alguns trocados na
mão do cobrador do ônibus.
Ela corre entre as luzes das
lojas prestes a fecharem e isso
acende e apaga seguidamente sua
silhueta minguante.
E em outro ponto de ônibus ela
chora outra música que lhe alcança pelos
fones de ouvido:
as luzes da baía piscam mais lentamente
a Guanabara adormece e silencia
a noite quando cai cai docemente a seus pés:
tudo ante a lágrima serena humilhado.
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