quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Do Que Ainda Resta


Chovem as folhas secas seguindo o fluxo
do trânsito,
resvalando nos carros amanhecidos,
rolando pelos geometrismos do asfalto.
Dia de trabalho,
o Centro azulejado de Setembro,
duas borboletas erráticas dançando
sobre os canteiros da Presidente Vargas
me trazem a melancolia doce de lembrar,
que a Primavera sempre me traz um ano a menos.
Enquanto vou me deixando ser apenas as imagens,
entristeço porque sinto esses sóis te deixando menor,
como deixam as poças de chuva do dia anterior...
não queria,
mas ando te perdendo depois de cada sono,
sem no entanto,
conseguir te esquecer.
Setembro levanta suas cortinas,
e quanto mais te trago aqui pra dentro,
mais você some sem deixar de existir:
é como seu eu fosse a terra,
e você a relíquia de uma antiga civilização que já tive,
eu vou te encobrindo aos pouquinhos,
te eclipsando para longe dos olhos,
te exilando da vista dos homens,
mas te deixando ressoar entalhada nos meus livros de história,
perpetuamente inscrita na carne do corpo do meu mundo

2 comentários:

Karla Moreno disse...

Tudo é iminência,
tudo em constante movimento,
nada pára por aqui,
as semanas passam em chuva e sol,
e mesmo o tédio de uma hora não é igual ao de outra.
Absolutamente tudo muda,
menos o fato de que eu ainda ando carregando você,
em qualquer beleza ou sufoco do dia,
de lá pra cá na vida,
entre os bares com os amigos,
e as filas de contas pra pagar.

---x---

Noossa.. lendo esse texto percebi q temos algumas coisas parecidas na forma de escrever, talvez a forma de pensar e de tentar passar isso pro papel. E é verdade, muito feia essa nossa mania de achar que o mundo se resumo no outro, mas pensando bem, se não houvesse outro, vamos resumir quem? rs ;))

Beijos querido =]

Karla Moreno disse...

ah, já q sei do seu profile. poderia te adc no orkut? :]