segunda-feira, 11 de junho de 2012

“Dindinha lua brilharia mais no céu”



Sabe
perdeu-se a receita da tua felicidade.
Igual a ti não haverá mais ninguém:
tens essa beleza de dia de domingo
quando desata a chover.

Abrirá as cortinas e beijará o sol
gostará de filmes franceses e
conhecerá outros países e será
uma alegria descobrir que as orquídeas
te saúdam na mesma língua em
qualquer outro lugar do planeta.

De um jeito ou de outro serás rica.
Tu semearás asas nas pessoas.
E quando chorar
-cristais delicados se chocando –
todas as coisas chorarão junto e te aliviarão.

Eu sei
- e talvez tu ainda aches que não –
mas terá ao teu lado um homem gigante
pois essa é a tua altura.
E será um sentimento indescritível ver
seus filhos sentados à mesa num
café da manhã de um sábado sonolento.

Verás cores novas em dias de
céu claro e sorrirás pros aviões que
fissuram o absurdo azul.
Viverás de arte:
tuas aquarelas terão cores que
acendem nos dias escuros e quando
fotografar as casas velhas
por um segundo nelas
(apenas por um segundo)
lembrarás de mim.

Setembro continuará sendo teu
aniversário e sufocada de sorrisos e
abraços via-lácteos de quem te
quer bem deixará a primavera vir
morar em teu colo.
Há de ser uma velha teimosa e hospitaleira
regando seus jardins em uma
rua silenciosa e esquecida da cidade.

Ah leãozinho leãozinho
será linda a tua vida e mesmo
eu tendo sido bandido
terei sorte se
entre tanta mágoa
em um dia ou outro
lembrares de mim como o
menino poeta e perdido que
se protegia do mundo debaixo dos
babados do teus vestidos.

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