quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Breve Tese Sobre o Encantamento Após as Palavras de Larissa


Acho que meu maior talento é essa patética facilidade de ser encantado, o que quase sempre leva minha boca a aguar a saudade de qualquer beijo, o que, quase todas as vezes, me traz o apego, e o apago, a qualquer caso de fim de semana. Nos tempos ausentes de amor, faço dos dias uma busca incessante, quase uma missão que não descansa mesmo quando satisfeita, e que me diz que não sou apaixonado pelo outro em si, eu sou apaixonado, na verdade, é pela própria paixão. É uma espécie incomum de necessidade, uma dependência, como se eu só pudesse sentir meu corpo vivo se eletrificado pelas correntes nervosas da vontade, como se eu fosse um míope que só pudesse enxergar o mundo através da lente de angústia do encantamento. A distância do objeto de desejo, todo esse espaço não presumível, todas essas horas que convergem para o inevitável encontro ou desencontro, me transbordam de uma sensibilidade estranha, onde até a iminência do cheiro do mar me provoca ansiedades, onde até as músicas de amor de gosto duvidoso parecem me falar.
Mas isso tudo não passa de mania de poeta, que a tudo enfeita, a tudo ressignifica e dá profundidade... se perguntarem a alguém mais sóbrio, com certeza ele dirá que é apenas carência mesmo...

Um comentário:

Mariana Tiné disse...

É Luis,
Vejo que estamos siiim em perfeita sintonia das nossas desilusões amorosas....
Cada post nosso se aproxima dessa sensação que paira no ar que o amor muitas vezes não tem batido a nossa porta.
Mas, vamos à luta dele!!
Bjs