segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Quatro de Setembro (ou minha Ceres)


Em carne e osso se tornou a filha da estação,
do sonho se fez existir na realidade do vida,
p’ra espalhar nos lugares tristes o seu frescor de primavera.
Eu a olho e meu olho vê as cores de um vitral vivo,
o suave de cada gesto fluindo pelas ruas,
vivificando as paisagens urbanas de setembro,
derramando seus jardins pelos espaços descoloridos da cidade.
Eu a olho e meu olho a vê caminhando de leve por entre as flores,
o seu sorriso flutuando aberto entre os arranjos,
seguindo lento,
e desabrochando as orquídeas que explodem seus tons,
como se seus lábios fossem as pétalas da flor primeira,
a mãe da natureza,
aquela que anuncia as outras
que é chegada a hora de florescer uma vez mais.
E a partir de então,
todas as frestas do dia pulsam devagarzinho
respirando fortemente a ela,
e se hoje isso aqui anda estranhamente mais bonito,
é porque ela assim o quis...
é porque ao pôr os pés aqui,
ela deixou um pouquinho da sua beleza
guardada em tudo o que há de mais admirável no mundo.

2 comentários:

Karla Moreno disse...

Tao romantico! =)

Ah Florbela Espanca, já comentaram sobre ela cmg, daí procurei a respeito e me encantei. perfeita nas palavras ^^

Beijao queridoo =]

Dom Quixote disse...

A Bailarina E O Soldado De Chumbo
O Teatro Mágico

De repente toda mágica se acabou
E na nossa casinha apertada
Tá faltando graça e tá sobrando espaço
Tô sobrando num sobrado sem ventilador

Vai dizer que nossas preces não alcançaram o céu?
Coração, que ainda vem me perguntar o que aconteceu
Conta se seu rosto por acaso ainda tem o gosto meu

Com duas conchas nas mãos,
Vem vestida de ouro e poeira
Falando de um jeito maneira
Da lua, da estrela e de um certo mal
Que agora acompanha teu dia
E pra minha poesia é o ponto final
É o ponto em que recomeço,
Recanto e despeço da magia que balança o mundo

Bailarina, soldado de chumbo
Bailarina, soldado de chumbo
Beijo e dor...
Bailarina, soldado de chumbo

Nossa casinha pequena
Parece vazia sem o teu balé
Sem teu café requentado
Soldado de chumbo não fica de pé

Nossa casinha vazia
Parece pequena sem o teu balé
Sem teu café requentado
Soldado de chumbo não fica de pé