quarta-feira, 24 de junho de 2009

Um Sopro Uma Vela Acesa


O mais triste nesse mundo de
infinitas eras é ser apenas uma
molécula fadada a conhecer
meia dúzia de séculos.

Nunca alguém
(nem os maiores nomes da história)
foi alguma coisa para o mundo e
nem o será algum dia.
E eu então?
O que faço de mais nobre na
vida é criar um punhado de versos...
o que faço de mais nobre na vida
nunca vai me tornar outra
coisa além desse grão que já sou.

Nessa época de arquivos digitais e
computadores o meu neto nunca
achará o bauzinho do avô com
os poemas para a vovó
(e nem aqueles amarelados para as
primeiras namoradas).
A não ser pelas fotografias meu
neto nunca saberá de mim dentro dele
como eu nunca soube do meu avô em mim.

Cada vida é uma pegada na areia
e o tempo é um deserto onde
o vento não pára de soprar.

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