segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Les Yeux Sans Visage


Essa semana amanheci sombrio a cada dia.
Sou composto de silêncios mas
estava ainda para além disso:
estava hermeticamente fechado em mim mesmo.
E quem saberá o quanto isso pesa?

Talvez seja o traço de uma melancolia mais
densa que se avulta
ou talvez não seja nada mesmo
(talvez apenas o início do Retorno de Saturno).
Mas voltava do trabalho afogado na
noite do subúrbio
triste como as luzes acesas dos corredores vazios
das escolas públicas.

E aí no fone de ouvido chega de surpresa a
Bebel Gilberto e me aplica uma rasteira
fazendo a paisagem começar a tremular
quando sua voz aos poucos vai lacrimejando
todo esse meu olhar.

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