sexta-feira, 30 de abril de 2010

Poema de Amor


Certas músicas
como essa agora aqui no MP3
me trazem uma insondável nostalgia
das luzes e habitantes na noite da Lapa.

Lembram de ir me
desfazendo
rolando meus átomos pra
dentro das frestas do casario
preenchendo os vãos entre as
pedras portuguesas
e ligando as ranhuras dos Arcos.

Fiquei impregnado na carne
da Joaquim Silva
da Rua da Lapa
da Mem de Sá...

Onipresente nas coisas
depois que eu morrer serão minhas
saudades e minhas vontades
-essas substâncias que residem fora do tempo-
que fluirão ainda entre os
cheiros de bebida mijo e maconha
da minha insone e amada babilônia.

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