sexta-feira, 9 de abril de 2010

Tempo de Mudança


Ela gira nos cômodos vazios
e imagina o lugar de cada móvel
sem supor que ela ali
parada na sala no quarto vazio já é
tudo o que o apartamento precisa.

Depois
ela ri e chora porque nunca
soube impedir de transbordar a alegria
que carrega no peito.
E emburra e faz pirraça feito
criança por saber que a grana talvez
seja curta demais.

É a hora que chega
a primavera que ela quis
momento de jardins cultivados a dois.

Ela sabe e sonha
-e me embala nesse sonho-
e assim me faz saber também
que pra esse amor tão grande
qualquer simples apartamento pequeno
no Méier na Lapa
pode ser o epicentro da reunião
entre o céu e a terra.

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