
Os solitários tomam café da manhã no
bar mais sujo que encontram.
Desencaixotar as coisas que ela
encaixotou tão cuidadosamente
voltar a preencher o antigo quarto é
um ritual de exercício da dor.
Cada coisa volta a seu lugar
sua gaveta sua prateleira:
menos a vida.
A vida não vem de volta nas caixas
a vida se esquece no outro bairro
nas outras salas
em outra cama
ainda tentando rasgar o halo fino que
separa um corpo do outro corpo.
O cinema agora é um mundo estranho e
no rádio a música que toca diz que
ela vai ser feliz verdadeiramente
estando a salvo de tudo o que sou eu.
Nenhum comentário:
Postar um comentário